quinta-feira, 31 de maio de 2012

Coração Ateu

Maria Bethânia

O meu coração ateu quase acreditou
Na tua mão que não passou de um leve adeus
Breve pássaro pousado em minha mão
Bateu asas e voou

Meu coração por certo tempo passeou
Na madrugada procurando um jardim
Flor amarela, flor de uma longa espera
Logo meu coração ateu

Se falo em mim e não em ti
É que nesse momento já me despedi
Meu coração ateu não chora e não lembra
Parte e vai-se embora

Se falo em mim e não em ti
É que nesse momento já me despedi
Meu coração ateu não chora e não lembra
Parte e vai-se embora


quinta-feira, 17 de maio de 2012

Last Dance para Donna Summer

Meu primeiro beijo, minha primeira ida a discotheca que saudades!!!
Última Dança Donna Summer 
 
Última dança
Última chance para o amor
Sim, é minha última chance De romance esta noite
Eu preciso de você, comigo,
Ao meu lado, para me guiar,
Para me segurar, para me criticar,
Porque quando eu sou má
Eu sou tão, tão má

Então vamos dançar, a última dança
Vamos dançar, a última dança
Vamos dançar, esta última dança esta noite

Última dança, última dança para o amor
Sim, é minha última chance
Para romance esta noite

Oh, eu preciso de você, comigo,
Ao meu lado, para me guiar,
Para me segurar, para me criticar,
Porque quando eu sou má
Eu sou tão, tão má

Então vamos dançar, a última dança
Vamos dançar, a última dança
Vamos dançar, esta última dança esta noite

É, será você meu sr. certo?
Você pode me preencher o apetite
Eu não posso ter certeza
De que você é o certo para mim
Mas tudo o que eu peço
É que você dance comigo
Dance comigo, dance comigo, é

Oh, eu preciso de você, comigo,
Ao meu lado, para me guiar,
Para me segurar, para me criticar,
Porque quando eu sou má
Eu sou tão, tão má

Então vamos dançar, a última dança
Vamos dançar, a última dança
Vamos dançar, esta última dança esta noite

Oh, eu preciso de você, comigo,
Ao meu lado, para me guiar,
Para me segurar, para me criticar,
Porque quando eu sou má
Eu sou tão, tão má

Então vamos dançar, a última dança
Vamos dançar, a última dança
Vamos dançar, esta última dança esta noite

http://www.youtube.com/watch?v=qG07rYStCjw 

terça-feira, 15 de maio de 2012

Encontro das àguas


Sem querer te perdi tentando te encontrar
por te amar demais sofri, amor
me senti traído e traidor
Fui cruel sem saber que entre o bem e o mal
Deus criou um laço forte, um nó
e quem viverá um lado só?
A paixão veio assim afluente sem fim
rio que não deságua
Aprendi com a dor nada mais é o amor
que o encontro das águas
Esse amor
hoje vai pra nunca mais voltar
como faz o velho pescador quando sabe que é a vez do mar
Qual de nós
foi buscar o que já viu partir, quis gritar, mas segurou a voz,
quis chorar, mas conseguiu sorrir?
Quem eu sou
pra querer
Entender O amor

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Carência Múltipla

Porque a procura incesante pelo outro, porque?
Quando ela chega, não dá para ignorar. Vem com vontade e requisita toda a atenção. Não tem hora marcada, dia apropriado, nem faz distinção: solteira ou casada, magra ou gorda, alta ou baixa, rica ou pobre. Simplesmente aparece sem ser convidada. E o pior: exige tratamento VIP, com direito a compras desnecessárias, bebidas e chocolates. O nome da visita? Carência. Um sentimento que traz uma sensação intensa de vazio. Como lidar com ela?
Medo da solidão
"Este sentimento está relacionado ao medo da solidão. Muitas pessoas precisam do outro para estarem bem", diz a psicóloga Karen Camargo, que afirma ser normal passar por momentos de fragilidade na vida tanto na infância, quando a criança necessita dos cuidados da mãe, como também na fase adulta. O fato é que não podemos precisar do outro com tanta freqüência. "É impossível que alguém preencha nossa carência 100% do tempo. É necessário que se aprenda a lidar com a vida de uma maneira solitária. Nascemos e morreremos sós", observa.
A psicóloga destaca que, apesar de necessário, aprender a não depender emocionalmente dos outros é dolorido. "A cultura, de certa forma, nos solicita estarmos com alguém. A mulher que não se casa ou namora depois dos 30, por exemplo, fica pra 'titia' na visão da sociedade. É uma cobrança muito grande", diz Karen.
“É ruim admitir que precisamos do outro para ser feliz ou que temos medo da solidão. Pode ser, para alguns, sinônimo de fraqueza”
Desamor
Esse alguém do qual "se precisa" não vai estar apenas nos relacionamentos amorosos. Pode estar também nas amizades, na família etc. A carência remete à falta de amor - sentimento que pode ser encontrado e cultivado em vários tipos de relações. "Não quer dizer que a pessoa não receba amor. Trata-se de uma avaliação pessoal, que pode não ser real", comenta o psiquiatra Luiz Alberto Py, autor do livro "Saber Amar".
Segundo Py, ao estar carente a pessoa quer ser amada não só no presente, mas por tudo que já faltou para ela no passado. Ou seja, a carência de cada um depende da história de vida que carrega. Pode ser leve e ser sanada com um colo e cafuné. Ou não. Pode perdurar e sair do controle. Como diz a letra de Cazuza, a pessoa segue "levando em frente/um coração dependente/viciado em amar errado/crente que o que ele sente/é sagrado".
O sentimento de desamor ou falta de atenção do outro torna-se um problema quando não se consegue suprir a necessidade individual idealizada. De acordo com Luiz Alberto Py, quando não se consegue administrar a situação, de duas uma: ou começa a cobrar manifestações de amor ou canaliza isso para outro lugar. Ou seja: compra muito, come demais, fuma, bebe, faz coisas que aliviam o sentimento ruim. Mas não o resolvem.
"Eu não fazia compras de 500 reais de uma vez, mas sempre ia ao shopping, ao cinema, à praça de alimentação. Pelo menos, tinha movimento", conta a jornalista Fernanda Martins que foi para Campinas (SP) estudar Lingüística. Acabou estudando e conhecendo melhor a si mesma, e superando a carência que sentia há dois anos. "Eu me sentia largada, sem referência, o que piorou quando eu e meu namorado terminamos. Descobri que eu era carente mesmo com ele", diz.
A jornalista afirma que, muitas vezes, conversava com as pessoas em busca de ajuda e carinho, mas acabava as afastando porque agia com agressividade. "A gente idealiza muito o cuidado que queremos ter dos outros, a atenção que queremos das coisas e do mundo. Toma atitudes esperando recompensas para aliviar esse sentimento. E elas nem sempre vêm!", explica.
A volta por cima
Depois do tempo em São Paulo, Fernanda diz que percebeu que a carência não iria ser preenchida por alguém, mas por ela mesma, deixando de se cobrar tanto. "Quando queremos muito namorar alguém, por exemplo, fazemos de tudo para prender essa pessoa para não sentir mais um fracasso pessoal. Só que não é dessa forma que a coisa funciona", ressalta. Conclusão a que chegou com o auxílio de uma terapia.
Com as sessões, Fernanda acabou decidindo passar mais tempo sozinha: "Eu precisava me sentir bem, mesmo só. Fui fazendo as pazes comigo". Foi quando tudo melhorou. Hoje morando em Juiz de Fora, ela cita a música "Immature" da Björk: "Como eu pude ser tão imatura/ao achar que ele compensaria/ os elementos faltosos em mim?". Fernanda deixou de sentir carência? Não. Só que quando ela aparece, a moça, no máximo, toma um cafezinho.
Eles sofrem também
Muitas pessoas procuram um terapeuta para lidar com a carência. Isto é, quando resolvem assumir a existência do problema. "É ruim admitir que precisamos do outro para ser feliz ou que temos medo da solidão. Pode ser, para alguns, sinônimo de fraqueza", explica a psicóloga Karen. Difícil não só para mulheres, mas também para os homens que têm dificuldades de expressar sentimentos. Ainda mais em uma época na qual a mulher está mais independente em termos de carreira e dinheiro. "Eles têm sofrido com essa recente segurança financeira feminina, papel anteriormente exclusivo do homem. É incrível o número de homens que procuram terapia hoje em dia", destaca Karen.
O engenheiro Pedro Gomes que o diga! "Não gosto nem um pouco de curtir esses momentos. Procuro imediatamente um amigo para conversar. Não exatamente sobre o que estou sentindo, pode ser sobre qualquer coisa que me distraia um pouco". Ele, que ainda se considera carente, só procurou a terapia recentemente, após o término de um namoro. Se arrepende por não ter feito isso antes. "Fui em busca de uma cura para a dor que estava sentindo. Encontrei então uma pessoa que se esforça bastante para me apresentar a mim mesmo", conta.
Pedro explica que a carência trouxe uma sensação de insegurança na sua relação amorosa, o que o fazia aprisionar uma série de outros sentimentos: "Perdi o foco do que realmente era importante para um namoro saudável". Ele não esconde que cobrava bastante carinho dos amigos e namoradas, e garante que, atualmente, não demonstra esse desejo de maneira intensa. Adota uma postura mais neutra, procurando responder de forma positiva quando as pessoas são carinhosas com ele.
"Ter a imagem de uma pessoa carente não é bom para ninguém, nem para mim", afirma um falante engenheiro que agora consegue conversar mais sobre seu mundo particular. Segundo ele, no final das contas, a carência o fez buscar pessoas que são felizes sozinhas. E descobriu que não era lenda, elas existem e têm um conhecimento enorme sobre si. "É como se elas se conhecessem tão a fundo que sempre soubessem exatamente onde estar, com quem estar, o que fazer, enfim, tudo para que estivessem felizes de verdade".
Ah... A felicidade! Como bem definiu o dramaturgo norueguês Henrik Ibsen, ela "é uma estação intermediária entre a carência e o excesso". O equilíbrio talvez. Ao contrário da carência, a felicidade é um visitante que ninguém quer mandar embora.


sexta-feira, 4 de maio de 2012

Simples sorriso


Num simples sorriso eu vejo a doçura
Vejo a alegria de uma criança, vejo a sua ternura
Consigo compreender o amor de mãe
Ao cuidar de seus filhos,
É Acolhedor, aconchegante
Imenso e protetor
Num simples sorriso amarelo e acanhado
Vejo um jovem apaixonado
Esperando sua amada num fim de tarde
Para comemorar o dia dos namorados
Pois é na simplicidade de um sorriso
Que pairam os mais belos sentimentos humanos
Imperceptíveis aos olhos cegos de amor
Mas tão valiosos aos que sabem amar
Aos que lutam por tudo, aos que já sofreram a dor
Da tristeza de ter um sorriso roubado
Melaine Hellwig

quinta-feira, 3 de maio de 2012

ABANDONO MORAL. REPARAÇÃO. DANOS MORAIS. IMPOSSIBILIDADE.



RESPONSABILIDADE CIVIL. ABANDONO MORAL. REPARAÇÃO. DANOS MORAIS. IMPOSSIBILIDADE.

1. A indenização por DANO MORAL pressupõe a prática de ato ilícito, não rendendo ensejo à aplicabilidade da norma do art. 159 do Código Civil de 1916 o abandono AFETIVO, incapaz de reparação pecuniária.

2. Recurso especial conhecido e provido.
(REsp 757411 / MG ; RECURSO ESPECIAL 2005/0085464-3 Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES)
“A educação abrange não somente a escolaridade, mas também a convivência familiar, o afeto, amor, carinho, ir ao parque, jogar futebol, brincar, passear, visitar, estabelecer paradigmas, criar condições para que a criança se auto-afirme. Desnecessário discorrer acerca da importância da presença do pai no desenvolvimento da criança. A ausência, o descaso e a rejeição do pai em relação ao filho recém-nascido ou em desenvolvimento violam a sua honra e a sua imagem. Basta atentar para os jovens drogados e ver-se-á que grande parte deles derivam de pais que não lhe dedicam amor e carinho; assim também em relação aos criminosos. De outra parte se a inclusão no SPC dá margem à indenização por danos morais pois viola a honra e a imagem, quanto mais a rejeição do pai.”
(Processo n.º 141/1030012032-0, da Comarca de Capão da Canoa / Rio Grande do Sul)
O primeiro julgado se refere à posição do Superior Tribunal de Justiça acerca da possibilidade jurídica de indenização por abandono afetivo. O segundo é um trecho extraído da sentença publicada na com,arca de Capão da Canoa, RS. Assim como ela têm-se notícia de julgados favoráveis à tese em São Paulo e Minas Gerais (que foi reformada pelo STJ).
O abandono afetivo consiste na hipótese de um dos pais virem a faltar com seus deveres como pais, seja educando ou simplesmente servindo de referência na formação dos filhos.
Não é uma previsão legal expressa que enseje condenação em dano moral, e justamente por isso o STJ entendeu não ser possível sua incidência. Contudo, tal entendimento difere de outros julgados no país, o que abre espaço para novas ações terem decisão diversa no futuro.
Ainda que o pai, ou até mesmo a mãe, paguem pensão alimentícia regularmente, pode acontecer de serem completamente omissos no seu papel como pais. Negligência, desprezo, falta de interesse são alguns dos traços que configuram o abandono afetivo.
Desta forma, ainda que não exista um respaldo consistente na legislação, pode ocorrer de que determinado caso apresente elementos de convencimento suficientes para fundamentar uma condenação do genitor ausente.
Legislação relativa ao tema
Constituição da República Federativa do Brasil
Art. 227- É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Art. 229 - Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
Código Civil
Art. 1566. São deveres de ambos os cônjuges:
(...)
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
Art. 1.634. Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores:
I - dirigir-lhes a criação e educação;
II - tê-los em sua companhia e guarda;
(...)
 Estatuto da Criança e do Adolescente
 Art. 19Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.